Com o tempo aprendi a ficar imune desses sentimentos, dessas lágrimas.
Mas fui atingida justo no meu ponto fraco, na minha ferida. A única coisa a qual não sou isenta que me machuca mais do que tudo, que me faz desabar. E ninguém havia descoberto sobre isso até o dia em que tudo desmoronou. A mensagem no espelho... a briga escondida... a imaturidade adquirida... As mudanças... As lembranças... O sofrimento... A realidade caindo, como se todo esse tempo existisse uma cegueira ou outra dimensão, onde o mundo é de um jeito maravilhoso e simples e de repente se transforma em algo complexo e duro. Isso é amadurecer, é como se antes vivesse nas nuvens, flutuando, como se ela fosse seu chão e o mundo lá embaixo distante, simples, só coisas que se ouvia, e de repente algo acontece, de repente a nuvem onde vive muda, ela não é mais capaz de te sustentar, uma fina camada de algodão... Ela fica fraca e começa a desaparecer e você cai... a queda dura pouquíssimo tempo e não há como pensar no que esta acontecendo... Você só sente a dor enorme que atinge a alma, aí percebe que chegou ao chão, ferida, magoada, confusa. Você tenta levantar, mas a dor é grande, olha para os lados à procura de ajuda, mas não há ninguém que se importa ou se preocupa, apenas uma ou duas. E aos poucos vai se curando, as feridas vão cicatrizando, as coisas vão se esclarecendo bem lentamente, e você aprende a viver sozinha a cuidar de si, a se proteger a seguir seu caminho. Porém às vezes as cicatrizes deixadas te incomodarão ou serão cutucadas. A lembrança de como e o que causou sua queda tão brusca.
(Laila G.R.Costa)
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