O que sentiu foi um medo que custou a esconder, de não conseguir o que queriam, não deixou transparecer. Por fora o rosto fechado, duro, sem traço de qualquer emoção, forte, independente, concentrado. Por dentro não conseguiram saber o quanto chorou, a dor que passou, a solidão que a inundou, ninguém quis ajudá-la quando precisou , enquanto ela enxugou as lagrimas de quem a procurou, sofria pelos outros e por si mesma por se envolver demais com as emoções alheias. Quanto a ela ninguém quis saber, nem procurou entender.
Agora, quer mostrar para todos que é capaz, que não precisa de ninguém, sabe lidar com qualquer situação, que é forte o bastante, escondendo sua vulnerabilidade, sua dor e dificuldade. Entorpecida, anestesiada, não sente nada. Fria como o gelo. Não demonstra nenhuma emoção. O sorriso em seu rosto é só ilusão. Parece normal! Um móvel, vai onde querem levá-la, onde dizem que é o melhor lugar,pois não tem emoção pra julgar.
Não sente compaixão, as lágrimas que enxuga é por educação.
Achou que poderia sentir seu coração bater de novo, se aproximasse de alguém. Mas travou. Seu coração está trancado, impossível, travado. Sem uma brecha, a mínima que seja de deixar alguém entrar. Mas por enquanto isso não lhe faz falta, por enquanto. Enquanto conseguir viver com sua solidão que a acolhe e consola. E até algo mudar, está convencida de que esse é o melhor lugar, que essa é a melhor situação para se estar.
(Laila G.R Costa)